quarta-feira, 20 de novembro de 2013

ENTENDA O MENSALÃO

MENSALÃO

Segundo o Ministério Público, era o esquema de pagamento de propina a parlamentares para que votassem a favor de projetos do governo. É o principal escândalo no primeiro mandato de Luis Inácio Lula da Silva.


COMO FOI DESCOBERTO
No dia 6 de junho de 2005, o jornal ''Folha de S.Paulo'' publicou uma entrevista com o deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), na qual ele revelava a existência do pagamento de propina para parlamentares. Segundo o presidente do PTB, congressistas aliados recebiam o que chamou de um "mensalão" de R$ 30 mil do então tesoureiro do PT, Delúbio Soares. O esquema teria sido realizado entre 2003 e 2004, segundo relatório final da CPI dos Correios, e durado até o início de 2005. Jefferson afirmou ainda que falou do esquema para o presidente Lula.

ENVOLVIDOS

Após quatro meses e meio de julgamento, o STF decidiu pela condenação de 25 dos 38 réus do processo. O esquema foi organizado por um núcleo político chefiado por José Dirceu, então ministro da Casa Civil, e integrantes da alta cúpula do PT. O núcleo mineiro Marcos Valério foi apontado como operador do mensalão. Com o auxílio de seus sócios e funcionários, foi condenado pelo Supremo por utilizar suas empresas de publicidade para desviar dinheiro público e repassá-lo a parlamentares. Kátia Rabello, dona do Banco Rural e diretores da instituição financeira foram denunciados por formação de quadrilha, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro.

PARTIDOS ENVOLVIDOS

Os parlamentares condenados pelo STF pertenciam ao PL (Partido Liberal; PL e Prona se fundiram dando origem ao PR), PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro), PP (Partido Progressista), PT (Partido Trabalhista) e PTB (Partido Trabalhista Brasileiro)
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A TURMA DO MENSALÃO

João Paulo Cunha

JOÃO PAULO CUNHA

Ocupava a presidência da Câmara quando foi acusado de participar no escândalo do mensalão do PT. Na época, descobriram um saque em nome de sua esposa no valor de R$ 50 mil no Banco Rural. Foi absolvido na Câmara e se livrou do processo de cassação. É réu no STF por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato. Em 2010 foi eleito para novo mandato de deputado federal.
José Dirceu

JOSÉ DIRCEU

Ex-ministro-chefe da Casa Civil do primeiro mandato do governo Lula, pediu demissão em meio à crise política que surgiu após as denúncias de corrupção nos Correios, que resultou no escândalo do mensalão. Foi o principal alvo das investigações do mensalão. Após pedir demissão, reassumiu seu mandato de deputado federal, sendo cassado em dezembro de 2005 por quebra de decoro parlamentar. Mesmo cassado, voltou à direção do PT. Foi indiciado por crimes graves como corrupção ativa, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e peculato.
José Genoino

JOSÉ GENOINO

Ex-deputado federal, em julho de 2005 renunciou à presidência do PT após envolvimento em denúncias de corrupção relacionadas ao escândalo do mensalão. Em março de 2001 assumiu o cargo de assessor especial do ministro da Defesa, Nelson Jobim. Responde a processos por corrupção ativa e formação de quadrilha.
Sílvio Pereira

SÍLVIO PEREIRA

Ex-secretário-geral do PT, acusado de participar do suposto esquema do mensalão, assinou acordo com a Procuradoria-Geral da União, em 2008, para não ser mais processado no inquérito sobre o caso. Ficou determinado pela Justiça que teria de fazer 750 horas de serviços comunitários no prazo de três anos. Afirmou não ter vontade de voltar à vida partidária.
Roberto Jefferson

ROBERTO JEFFERSON

Pivô do escândalode corrupção dos Correios. Resolveu denunciar a prática da compra de deputados federais da base aliada, no esquema conhecido como mensalão. Foi cassado em 2005 e perdeu seus direitos políticos por oito anos. Foi apossentado como deputado federal e, mesmo cassado, recebe proventos da Câmara. Responde a processos por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Luiz Gushiken

LUIZ GUSHIKEN

Ex-deputado federal, ex-coordenador de campanhas do PT e ex-secretário de Comunicação da Presidência da República do primeiro governo Lula. Com o escândalo do mensalão, perdeu o status de ministro, virou chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos e acabou deixando o governo em 2006. Responde a processos no TCU e no STF. O procurador-geral da república, Roberto Gurgel, pediu que ele fosse absolvido do processo.
Kátia Rabello

KÁTIA RABELLO

Presidente do Conselho de Administração do Banco Rural e acusada de ser sócia numa empresa sediada nas Ilhas Cayman. O Banco Rural ficou conhecido por sua participação no escândalo do mensalão. Kátia responde a processos por gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. Atualmente mantém um blog na rede com notícias relacionadas à economia do Brasil e do mundo.
Bispo Rodrigues

BISPO RODRIGUES

Investigado em três dos maiores escândalos políticos do governo Lula, entre eles o mensalão. Fundador da Igreja Universal, perdeu o cargo na igreja e o mandato depois do escândalo. Responde por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Duda Mendonça

DUDA MENDONÇA

Publicitário responsável pela mudança na imagem do ex-presidente Lula, esteve à frente da campanha vitoriosa do PT à presidência da República em 2002. Foi acusado de envolvimento no escândalo do mensalão após afirmar que tinha aberto conta nas Bahamas a pedido do empresário Marcos Valério para receber R$ 10 milhões. Responde a processo por lavagem de dinheiro.
Marcos Valério

MARCOS VALÉRIO

Considerado o chefe da operação do "mensalão", responsável pela distribuição dos pagamentos mensais, o publicitário tinha como principais parceiros o tesoureiro do PT, Delúbio Soares e o então ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu. Os empréstimos que realizou tinham como garantia os contratos das empresas de publicidade de Valério junto a órgãos públicos. Após o escândalo, perdeu todos os contratos que tinha com o governo.
Valdemar Costa Neto

VALDEMAR COSTA NETO

Deputado federal envolvido no esquema do mensalão, renunciou em agosto de 2005 para escapar da cassação. Em 2006 foi reeleito, ainda pelo PL, atual PR. Foi acusado pela ex-mulher, a socialite Maria Christina Mendes Caldeira, de receber propinas e de manter relações espúrias com o ex-tesoureiro Delúbio Soares. É autor do processo que resultou na cassação do deputado federal Roberto Jefferson, também envolvido no escândalo do mensalão. Atualmente é deputado federal pelo PR. Responde a processos por corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Delúbio Soares

DELÚBIO SOARES

Ex-tesoureiro do PT, foi o único punido do partido por envolvimento no escândalo do mensalão. No início de 2011 anunciou que poderá voltar a fazer parte do PT. Responde a processos por corrupção ativa e formação de quadrilha.
Emerson Palmieri

EMERSON PALMIERI

Primeiro secretário do PTB, partido do ex-deputado federal Roberto Jefferson, confirmou o recebimento de R$ 4 milhões das mãos do empresário Marcos Valério, em dinheiro vivo, na sede do partido. Responde a processo por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Zilmar Fernandes

ZILMAR FERNANDES

Sócia do publicitário Duda Mendonça, responde a processos por evasão de divisas decorrentes do escândalo do mensalão.
Cristiano Paz

CRISTIANO PAZ

Publicitário e sócio de Marcos Valério. À época de seu depoimento, disse não ter conhecimento de boa parte das atividades do seu sócio. Apenas afirmou saber que o PT era o beneficiário dos empréstimos feitos por Valério. Desde 2004 está afastado da sociedade. É acusado de corrupção ativa, peculato e lavagem de dinheiro.
Ramon Hollerbach

RAMON HOLLERBACH

Outro sócio de Marcos Valério na agência SMP&B, empresa acusada de operar o esquema do mensalão. Responde por crimes de peculato, corrupção ativa e lavagem de dinheiro;
Henrique Pizzolato

HENRIQUE PIZZOLATO

Militante do PT desde sua fundação, foi presidente da CUT, diretor da Previ e diretor de marketingo do Banco do Brasil. Foi o administrador dos recursos da campanha de Lula à presidência em 2002 junto com o tesoureiro do partido, Delúbio Soares. Antecipou a aposentadoria após envolvimento no escândalo do mensalão. É acusado de peculato, lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
Romeu Queiroz

ROMEU QUEIROZ

Ex-deputado federal pelo PSB, foi acusado de corrupção passiva, corrupção ativa e lavagem de dinheiro no escândalo do mensalão. Mesmo como réu, tomou posse como deputado estadual na Assembleia Legislativa de Minas Gerais em fevereiro de 2011, no lugar de Julinho Araújo.
José Borba

JOSÉ BORBA

Ex-deputado federal envolvido no escândalo do mensalão, renunciou ao mandato para salvar seus direitos políticos. Na época do escândalo era filiado ao PMDB. Em 2009, desta vez pelo PP, foi eleito prefeito de Jandaia do Sul, município que já havia administrado no período de 1989 a 1992. Responde a processos por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
José Roberto Salgado

JOSÉ ROBERTO SALGADO

Diretor do Banco Rural, envolvido no esquema do mensalão do PT. É acusado de gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro.
Vinícius Samarame

VINÍCIUS SAMARAME

Ex-dirigente do Banco Rural, envolvido no esquema do mensalão do PT. Responde a processos pó gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro.
Geiza Dias dos Santos

GEIZA DIAS DOS SANTOS

Lavagem de dinheiro
Simone Vasconcelos

SIMONE VASCONCELOS

Ex-diretora financeira da agência publicitária SMB&P, de Marcos Valério. À época do mensalão, foi acusada de fazer os maiores saques das contas da agência. Responde a processo por lavagem de dinheiro.
Ayanna Tenório

AYANNA TENÓRIO

Ex-vice-presidente do Banco Rural. Acusada de integrar o núcleo financeiro do esquema do mensalão. Responde por crimes de formação de quadrilha, gestão fraudulenta, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
Rogério Tolentino

ROGÉRIO TOLENTINO

Advogado, foi o primeiro réu condenado no esquema do mensalão. Ficou conhecido como braço direito de Marcos Valério. Foi condenado, por lavagem de dinheiro, a sete anos de prisão, perda dos bens e multa de R$ 2 milhões.
Anderson Adauto

ANDERSON ADAUTO

Ex-ministro dos Transportes, ex-prefeito de Uberaba, admitiu ter feito caixa 2 em todas as campanhas que disputou. No escândalo do mensalão, admitiu ter recebido R$ 410 mil por intermédio do ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares. Responde a processos por lavagem de dinheiro e corrupção ativa.
Paulo Rocha

PAULO ROCHA

Foi acusado e confirmou ter recebido R$ 920 mil do esquema do mensalão. Disse ter repassado R$ 300 mil ao Partido Socialista Brasileiro, no Diretório do Pará. Responde a processo por lavagem de dinheiro.
Professor Luizinho

PROFESSOR LUIZINHO

Foi suspeito de ter recebido dinheiro proveniente do esquema do mensalão e submetido à investigação pelo conselho de ética e decoro parlamentar da Câmara dos Deputados. João Magno - deputado federal acusado de receber recursos do esquema do mensalão. Confessou o recebimento de R$ 425,95 mil das contas do publicitário Marcos Valério e escapou de ser cassado.
Anita Leocádia

ANITA LEOCÁDIA

Ex-assessora do deputado federal Paulo Rocha (PT-PA), foi acusada de lavagem de dinheiro do por receber em sua conta bancária verba do Ministério dos Esportes.
José Luiz Alves

JOSÉ LUIZ ALVES

Ex chefe-de gabinete do ex-ministro dos Transportes, Anderson Adauto, ambos acusados de receberem do publicitário Marcos Valério o valor de R$ 1 milhão.
Pedro Henry

PEDRO HENRY

Foi absolvido pela Câmara das acusações de corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Foi o quinto deputado envolvido no escândalo do mensalão a ser inocentado pelo plenário e manteve o mandato parlamentar. Nas eleições de 2010 foi considerado ficha-suja, mas teve o registro de sua candidatura à reeleição aceito pelo TSE
José Janene

JOSÉ JANENE

Líder do PP na época do escândalo do mensalão, foi acusado de ter recebido R$ 4,1 milhões repassados pelo publicitário Marcos Valério. Foi acusado de corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Morreu em 14 de setembro de 2010.
Pedro Corrêa

PEDRO CORRÊA

Foi cassado em 2006 por ter sido acusado de quebra de decoro parlamentar ao autorizar um ex-assessor do PP, partido do qual fazia parte, a sacar R$ 700 mil das contas do publicitário Marcos Valério. Foi acusado de corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
João Cláudio Genu

JOÃO CLÁUDIO GENU

Ex-agente administrativo do Ministério da Cultura, demitido por improbidade administrativa caracterizada por enriquecimento ilícito. Confessou ter recebido R$ 700 mil das contas do publicitário Marcos Valério, principal personagem do caso mensalão. À época da irregularidades cometidas estava cedido à Câmara dos Deputados. Está proibido de voltar ao serviço público federal por cinco anos a contar de 2009. Responde a processos por corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Enivaldo Quadrado

ENIVALDO QUADRADO

Ex-sócio da corretora Bônus-Banval e réu no caso do mensalão. Responde ao STF a processo por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Confessou à CPI dos Correios que o publicitário Marcos Valério movimentou cerda de R$ 6,5 milhões pela Bônus-Banval.
Breno Fischberg

BRENO FISCHBERG

Ex-diretor da corretora Bônus Banval, considerada a principal intermediária de repasses do PT ao PP no esquema do mensalão. Responde a processos por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Carlos Alberto Quaglia

CARLOS ALBERTO QUAGLIA

Doleiro, dono da Natimar, empresa catarinense acusada de fazer operações no mercado de ouro e dólares para o publicitário Marcos Valério. Responde a processos por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Antonio Jacinto Lama

ANTONIO JACINTO LAMA

Irmão do ex-tesoureiro do PL (atual PR), ambos acusados de sacar R$ 10,8 milhões no Banco Rural entre 2003 e 2004. Em seu depoimento à CPI dos Correios, disse que os saques foram feitos a pedido de Valdemar Costa Neto. Responde a processos por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu sua absolvição do processo.
Jacinto Lamas

JACINTO LAMAS

Era o homem de confiança do presidente nacional do PL (atual PR), deputado federal Valdemar Costa Neto. Seu nome constava na agenda da secretária de Marcos Valério. Responde a processos por corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Fonte de pesquisa- Revita Veja