segunda-feira, 2 de março de 2015

LISTA DOS POLÍTICOS ENVOLVIDOS

Com as suas duas maiores estrelas – Dilma Rousseff e Lula – associadas aos fatos sob investigação, o PT é o partido com o maior número de integrantes citados na apuração da Operação Lava Jato, conforme vazamentos publicados até agora pela imprensa. Dilma e Lula, segundo polêmica reportagem de capa publicada pela revista Veja às vésperas do segundo turno da eleição presidencial, foram acusados pelo doleiro Alberto Youssef de conivência com o bilionário esquema de corrupção descoberto na Petrobras.
Também pertencia ao PT a primeira vítima das revelações relacionadas com as atividades criminosas de Youssef: o paranaense André Vargas, cassado do mandato de deputado no final de 2014 e primeiro-vice-presidente da Câmara e estrela em ascensão do petismo até seu nome ser vinculado a Youssef.
PMDB e PP, em ordem decrescente, são os outros dois partidos com maior número de políticos envolvidos na Lava Jato. Entre os peemedebistas, três nomes na cúpula do poder nacional: os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Henrique Eduardo Alves, e o vice-presidente Michel Temer. As acusações publicadas até o momento também atingem quatro partidos oposicionistas – PSDB, DEM, Solidariedade e PSB.
Deve-se registrar que todos os acusados negam qualquer envolvimento com práticas ilícitas na Petrobras ou em outras áreas governamentais.

 lista dos políticos 

PT
André Vargas (PR), ex-deputado federal, atualmente sem partido, foi cassado pelo envolvimento com o doleiro Alberto Youssef
Antônio Palocci, ex-ministro e ex-deputado federal
Cândido Vaccarezza (SP), deputado federal não reeleito
Delcídio Amaral (MS), senador
Dilma Roussef, presidente da República
Gleisi Hoffman (PR), senadora
Humberto Costa (PE), senador
João Vaccari (SP), tesoureiro do PT
Lindbergh Farias (RJ) Senador/ Paulo Roberto
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ex-presidente da República
Tião Vianna (AC), governador
Vander Loubet (MS), deputado federal


PMDB
Alexandre Santos (RJ), deputado federal
Edison Lobão (MA), ex-ministro
Eduardo Cunha (RJ), deputado federal
Henrique Eduardo Alves (RN), deputado federal e atual presidente da Câmara dos Deputados
Michel Temer (SP), vice-presidente da República
Renan Calheiros (AL), senador, atual presidente do Senado
Romero Jucá (RR), senador
Roseana Sarney (MA), ex-governadora Sérgio Cabral (RJ), ex-governador
Sérgio Machado (CE), ex-senador e presidente da Transpetro
Valdir Raupp (RO), senador


PP
Aline Lemos Oliveira (SP), deputada federal
Benedito de Lira (AL), senador
Ciro Nogueira (PI), senador
João Pizzolati (SC), deputado federal
José Otávio Germano (RS), deputado federal
Luiz Fernando Faria (MG), deputado federal
Mário Negromonte (BA), ex-ministro e ex-deputado
Nelson Meurer (PR), deputado federal
Simão Sessim (RJ), deputado federal


PSDB
Antônio Anastasia (MG), senador eleito
José Aníbal (SP), deputado federal
Sérgio Guerra, ex-deputado e ex-presidente nacional do PSDB (falecido)


DEM
Jorge Maluly (SP), ex-deputado federal
Robson Tuma (SP), ex-deputado federal


PTB
Fernando Collor (AL), senador
Gastone Righi (SP), ex-deputado federal


PSB
Eduardo Campos (PE), ex-governador, ex-deputado federal e ex-presidente nacional do PSB (falecido)

PSDC
José Maria Eyamel, ex-deputado federal

SD
Luiz Argôlo (BA), deputado federal não reeleito

PT RECEBE 200 MILHÕES DE DOLARES

A nona fase da Operação Lava Jato, investigação levada a cabo pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal, coloca de vez o PT no centro do escândalo envolvendo a formação de um cartel de empresas que pagava propina para fechar contratos com a Petrobras.
Em depoimento concedido em delação premiada no dia 20 de novembro do ano passado, e tornado público nesta quinta-feira 2, o ex-gerente-executivo de Serviços da Petrobras Pedro Barusco se comprometeu a contar os detalhes sobre os coautores, estrutura hierárquica e divisão das tarefas da organização criminosa.
De acordo com a estimativa do delator, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, embolsou 50 milhões de dólares entre 2003 e 2013, enquanto o partido teria ficado com um valor entre 150 milhões e 200 milhões de dólares fruto da propina de 90 contratos da Petrobras, como o da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
O próprio Barusco admite ter recebido dinheiro ilegal que somava 97 milhões de dólares. Ele teria gasto “1 milhão em viagens e tratamentos médicos” e se comprometido a devolver o restante.
Sua principal função no esquema, disse ele, era gerenciar o pagamento de propinas em favor do chefe, o diretor de Serviços da estatal, Renato Duque, também apontado como operador do PT no esquema. Renato Duque teria recebido de Barusco de dez a 12 milhões de reais entre 2005 e 2011 por meio de pagamentos mensais em dinheiro entregues no próprio gabinete de Duque. Os dois chegaram a viajar juntos a Paris para distribuir seis milhões de dólares em duas contas bancárias no Banco Lombard Odier.
Os valores que irrigavam o esquema tinham origem, segundo o delator, no cartel formado pelas gigantes Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Engevix, Iesa, Mendes Júnior, MPE, Setal Skanska, UTC, Promon e Galvão Engenharia.
Barusco afirma em seus depoimentos que os esquema de corrupção na Petrobras é antigo e que começou a receber propinas em 1997. O aumento dos investimentos da Petrobras durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, afirma ele, ampliou de forma exponencial os contratos da estatal e, com isso, o desvio de dinheiro.
Um caso simbólico envolve um contrato de 22 bilhões de dólares para a contratação de sondas submarinas de perfuração de águas profundas para a exploração do pré-sal. Segundo Barusco, Renato Duque, por indicação do então presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli, passou a ocupar o cargo de diretor de Operações da SeteBrasil. Essa empresa foi fundada no início de 2011, por iniciativa de João Carlos de Medeiros Ferraz, com uma junção de capital privado e estatal, envolvendo a própria Petrobras, diversos fundos de pensão (Petros, Previ, Valia e Funcef), além dos bancos BTG Pactual, Bradesco e Santander. A intenção era que a empresa construísse as sondas no Brasil, cumprindo a determinação de conteúdo nacional na indústria petrolífera exigida pela Agência Nacional do Petróleo.
Em um primeiro momento, a Petrobras licitou sete sondas. Depois, mais 21. A SeteBrasil negociou os 28 contratos com diversos estaleiros, entre eles o Atlântico Sul (de Camargo Corrêa e Queiroz Galvão), o Rio Grande (da Engevix), o Enseada do Paraguaçú (Odebrecht, OAS, UTC e Kawasaki), o Jurong e o Kepel Fels. A função de Barusco era ajudar a tirar do papel o projeto. Havia, segundo o delator, um esquema para que cada estaleiro responsável pela construção das sondas pagasse 1% de seus contratos com a SeteBrasil em propinas. Pela obra, Barusco teria recebido cinco milhões de dólares em propina, Duque ficou com seis milhões, enquanto Vaccari recebeu, em nome do PT, 4,5 milhões de dólares.
Divisão de propinas
Indagado pela Polícia Federal (PF) sobre a sistemática divisão das propinas a partir de tais contratos, Barusco disse que quando os contratos envolviam a Diretoria de Abastecimento, o percentual cobrado de propina normalmente era de 2%, sendo 1% para Paulo Roberto Costa, 0,5% para o tesoureiro do PT João Vaccari Neto e 0,5% para Renato Duque.
Quando os contratos envolviam a Diretoria de Gás e Energia, inicialmente dirigida por Ildo Sauer e depois por Maria das Graças Foster, o percentual de propina variava entre 1% e 2%. Metade dos recursos provenientes da propina era repassada ao tesoureiro do PT, enquanto a outra metade ficava com Barusco e Renato Duque. Apesar do acordo, Barusco afirma que às vezes as propinas caíam integralmente nas mãos do Partido dos Trabalhadores.
Sauer e Graça Foster, diz Barusco, não tinham conhecimento do esquema. Ele afirmou à PF que "não tinha espaço para conversar essas coisas com Ildo Sauer e com Graça Foster".
Os mesmos percentuais de recebimento e divisão propina eram aplicados na Diretoria de Exploração e Produção. Já na Diretoria de Serviços, as propinas eram de 2%, sendo 1% destinado ao PT e o outro 1% dividido entre Barusco e Renato Duque.
Em nota oficial, o PT declara que "o partido recebe apenas doações legais e que são declaradas à Justiça Eleitoral. As novas declarações de um ex-gerente da Petrobras, divulgadas hoje, seguem a mesma linha de outras feitas em processos de 'delação premiada' e que têm como principal característica a tentativa de envolver o partido em acusações, mas não apresentam provas ou sequer indícios de irregularidades e, portanto, não merecem crédito. Os acusadores serão obrigados a responder na Justiça pelas mentiras proferidas contra o PT".
Já o advogado de Vaccari Neto "reitera que o Partido dos Trabalhadores – PT, não tem caixa dois, nem conta no exterior, que não recebe doações em dinheiro e somente recebe contribuições legais ao partido, em absoluta conformidade com a Lei, sempre prestando as respectivas contas às autoridades competentes.
Sua defesa registra ainda, que o Sr. Vaccari permanece à disposição das autoridades, para prestar todos e quaisquer esclarecimentos, e que sua condução coercitiva, desta data, entendeu-se desnecessária, pois bastaria intimá-lo, que o Sr. Vaccari comparece e presta todas as informações solicitadas, colaborando com as investigações da operação “Lava Jato”, como sempre o fez."

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

OPERAÇÃO LAVA JATO DA PETROBRÁS

 OPERAÇÃO  LAVA JATO
 Deflagrada em 17 de março de 2014 pela Polícia Federal (PF), a Operação Lava Jato desmontou um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que, segundo as autoridades policiais, movimentou cerca de R$ 10 bilhões. De acordo com a PF, as investigações identificaram um grupo brasileiro especializado no mercado clandestino de câmbio.
A Petrobras está no centro das investigações da operação, que apontou dirigentes da estatal envolvidos no pagamento de propina a políticos e executivos de empresas que firmaram contratos com a petroleira.
Entre os delitos cometidos por supostos "clientes" do esquema de movimentação ilegal de dinheiro estão tráfico internacional de drogas, corrupção de agentes públicos, sonegação fiscal, evasão de divisas, extração, contrabando de pedras preciosas e desvios de recursos públicos.

A Lava Jato expediu mandados de prisão e de busca e apreensão em Curitiba (PR) e outras 16 cidades paranaenses, só na primeira fase da operação, em março. Os agentes federais também cumpriram ordens judiciais em outras seis unidades da federação: São Paulo, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Mato Grosso.
Na sétima fase da operação, deflagrada em novembro, houve mandados de prisão, busca e apreensão e ações coercitivas no Paraná, em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, em Pernambuco e no Distrito Federal.
O juiz Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato na primeira instância da Justiça, aceitou todas as denúncias oferecidas pelo Ministério Público Federal (MPF) contra investigados na sétima fase da Lava Jato. Ao todo, 39 suspeitos se tornaram réus no processo.
Presos
A operação Lava Jato já levou à prisão do doleiro Alberto Youssef, que foi apontado como chefe do esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Também foi preso, na etapa inicial da operação, o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Ele é investigado devido à compra, pela estatal, da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), sob suspeita de superfaturamento.

Na sétima fase da operação, 26 pessoas foram presas, incluindo os ex-diretores da Petrobras Renato Duque (liberado posteriormente) e Nestor Cerveró. Ao todo, 13 investigados continuam detidos na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. A maior parte dos presos nesta etapa são executivos de empreiteiras que possuem contratos firmados com a Petrobras.

Na lista dos que já foram presos em outras etapas da operação também estão, por exemplo, pessoas que seriam subordinadas a Alberto Youssef, responsáveis por gerenciar o dinheiro do doleiro.
O último investigado a ser preso pela Polícia Federal foi o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró. Ele foi preso após voltar de uma viagem a Londres e foi levado para a Superintendência da PF em Curitiba.

As investigações da PF revelaram uma suposta ligação entre o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa com o esquema de lavagem de dinheiro comandado pelo doleiro Alberto Youssef. Costa admitiu à polícia que recebeu um carro de luxo avaliado em R$ 250 mil do doleiro, mas alegou que o veículo foi dado em pagamento por um serviço de consultoria. Costa disse que já estava aposentado da Petrobras à época do recebimento do carro. No entanto, ele reconheceu que conhecia Youssef do período em que ainda estava na estatal brasileira. O ex-diretor foi preso em 20 de março enquanto destruia documentos que podem servir como provas no inquérito.
Em outubro, ao prestar depoimentos à Justiça Federal, Costa revelou o esquema de pagamento de propina na Petrobras que, segundo ele, era cobrada de fornecedores da estatal e direcionada para atender a PT, PMDB e PP. Os recursos teriam sido usados na campanha eleitoral de 2010. Os partidos negam.  Segundo Costa, as diretorias comandadas pelos três partidos recolhiam propinas de 3% de todos os contratos.
Segundo o ex-diretor, a operação teve início em 2006, quando, segundo ele, se formou um cartel entre grandes empreiteiras para prestação de serviços à Petrobras e para  obras de infraestrutura, como a construção de hidrelétricas e aeroportos. Em outubro, Costa teve acordo de delação premiada homologado pela Justiça, o que pode contribuir para a redução de sua pena em caso de condenação.
Em dezembro, o Supremo Tribunal Federal homologou acordo de delação premiada do doleiro Aberto Youssef, que, assim como Costa, tem prestado depoimentos à Justiça federal e dado informações sobre quem participava do esquema dentro de partidos. 
Em janeiro deste ano, o juiz Sérgio Moro divulgou os termos do acordo de Youssef. O documento prevê que o doleiro transfira para a União uma série de bens, entre imóveis, veículos e participações em empresas. Pelo acordo, Youssef ficará, no máximo, cinco anos preso e progressão diretamente para o regime aberto, sem passar pelo semiaberto. Em troca, dará informações que podem levar à prisão de mais pessoas envolvidas nas investigações da operação.

A apuração da PF também trouxe à tona indícios de ligação entre Alberto Youssef e o deputado federal André Vargas (sem partido-PR). Conforme investigações da PF, os dois atuaram juntos para fechar um contrato milionário entre uma empresa de fachada e o Ministério da Saúde. Além disso, o parlamentar do Paraná reconheceu que, em janeiro, viajou para João Pessoa (PB) em um jatinho emprestado pelo doleiro.
Vargas alegou que conhece Youssef há mais de duas décadas e que não há irregularidades na sua relação com o doleiro preso pela operação Lava Jato. Pressionado pelo próprio partido em razão das denúncias, Vargas renunciou ao cargo de vice-presidente da Câmara e se desfiliou do PT. Ele também se tornou alvo de processo por quebra de decoro no Conselho de Ética da Câmara, que aprovou parecer que pede sua cassação. A perda do mandato de Vargas ainda precisa ser analisada pelo plenário da Câmara.
O deputado Luiz Argôlo (SD-BA) também se tornou alvo das investigações da PF devido à relação com Alberto Youssef. Foram analisadas 1.411 mensagens de celular entre os dois, de setembro do ano passado a março deste ano. Segundo a PF, a linha usada pertence à Câmara dos Deputados.
No relatório, a PF conclui: "os indícios apontam que o deputado tratava-se de um cliente dos serviços prestados por Youssef, por vezes repassando dinheiro de origem aparentemente ilícita, intermediando contatos em empresas, recebendo pagamentos, inclusive tendo suas atividades operacionais financiadas pelo doleiro".
Em outubro, o Conselho de Ética da Câmara aprovou parecer que pede a cassação do mandato de Argôlo por considerar ter havido “tráfico de influência, prática de negócios e pagamentos ilícitos”. O parlamentar nega as acuações. O relatório ainda precisa ser votado pelo plenário da Câmara.
Em dezembro, reportagem publicada pelo jornal "O Estado de S. Paulo" revelou que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa indicou o nome de 28 políticos que teriam se beneficiado do esquema de corrupção que atuava na estatal.
A publicação afirmou que entre os mencionados por Costa estão os ex-ministros Edison Lobão (Minas e Energia), Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil), Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Mário Negromonte (Cidades); o governador do Acre, Tião Viana (PT); os ex-governadores Sérgio Cabral (Rio) e Eduardo Campos (Pernambuco), além de deputados e senadores de PT, PMDB, PSDB e PP.

Documentos obtidos pela PF apontam que Costa pode ter recebido depósitos milionários do doleiro na conta de uma de suas empresas, a Costa Global. Um dos papéis, uma planilha de valores, seria uma contabilidade manual da empresa do ex-dirigente da estatal do petróleo. A planilha detalha valores em reais, dólares e euros recebidos entre novembro de 2012 e março de 2013.
Reportagem veiculada no programa Fantástico, em 13 de abril, mostrou o conteúdo de uma das planilhas da Costa Global apreendidas pela PF. Os documentos mostram que o ex-diretor mantinha um controle detalhado de todas operações que ele intermediava entre a Petrobras, empreiteiras e fornecedores. Numa das planilhas obtidas pelo Fantástico, aparece ao lado do nome das empresas a porcentagem que o ex-diretor da Petrobras receberia caso conseguisse contratos para elas. Em muitos casos, a comissão é de 50%.